Iniciei minha vida escolar com 6 anos de idade , onde freqüentei a Pré-Escola na Escola de Aplicação do Instituto Vivaldo Pereira”, sob a responsabilidade da professora Núbia. Ela era durona e brava com quem não a obedecia. Tinha uma frase que recordo até hoje: Entre, ora bolas! Adorava as festas em homenagem ao dia da criança. Nesse momento ela sempre caprichava.
Minha infância escolar foi bastante movimentada, principalmente nas séries iniciais. Fui uma aluna muito bagunceira com meus materiais escolar, era uma menina inquieta. Não fui muito de estudar desesperadamente, preocupada em atingir notas altas, a não ser, na 2ª série, pois existia a divisão na sala de aula com carteiras, selecionando os mais fracos, os médios e os fortes. Os considerados mais fracos pela professora sofriam com gritos, “reguadas” e puxões de orelhas.
Fui alfabetizada na cartilha “Barquinho de Papel” que tinha ilustrações, frases soltas, palavras soltas e sílabas para decorar.
Sempre gostei de manter um bom relacionamento com os professores, mas quando mexia comigo, a “rebeldia” crescia. Na 4ª série fiz a professora chorar de tanta raiva. Questionava um pouco o porquê de conteúdos e procedimentos e percebia as diferenças entre os perfis de professores, metodologias, domínio de conteúdo, relacionamento com os alunos etc. Isso influenciava muito meu comportamento frente a cada um deles.
Participei de quase todos os projetos desenvolvidos na escola: teatro, pelotão para o sete de setembro, danças (Imitava com minha irmã o grupo “Secos e Molhados”).
Nunca fui reprovada e nem conheci a chamada recuperação, apesar de toda minha rebeldia.
Não me recordo de ter acesso a livros literários nesse período escolar, nem alguém lendo para mim.
Nas séries finais, tive professores que eu admirava pelos mais diversos motivos, principalmente os que nos traziam reflexões que iam além da simples transmissão de conteúdos. A professora Anilda era uma dessas professoras, meiga, simples, carinhosa, ensinava matemática de forma agradável e prazerosa. Eu tinha consciência, independente de me tornar professora ou não, do tipo de profissional que eu gostaria ou não gostaria de ser.
No ensino médio (magistério), fui humilhada por uma professora que não conseguia fazer leitura da minha caligrafia. Na época, a mesma era toda desenhada e considerada muito bonita. Mas, não era caligrafia de professora, assim dizia ela. Não sabe a mesma, que ao fazer o concurso público para o quadro de professores do município de Currais Novos, a caligrafia por ela rejeitada, foi um ponto importante na minha aprovação , quando fiz um cartaz apresentando aos professores jurados do concurso, o conteúdo “A Industrialização no Rio Grande do Norte”.
Fui destaque no período do estágio no magistério. Foi nesse momento que me descobri professora de verdade.
Fiz faculdade de Letras já atuando em sala de aula. Nesse período tive uma professora que me frustrou diante da literatura. Ao fazer análise do conto de Clarice Lispector “A Galinha”, me reportei aos cuidados de uma mãe com seus filhos. A mestra, como ela fazia questão em gritar na sala, não aceitou minha opinião e me devolveu o trabalho todo rabiscado de caneta vermelha. Ainda bem, que essa frustração imediata, foi acalentada com a nova professora de literatura que lia e explicava tão bem, me fazendo voltar a gostar de ler e tornar-me uma fiel leitora.
Hoje faço uso da leitura diariamente e acredito que essa leitura pode trazer benefícios, me fazendo uma cidadã questionadora.
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