Milhões de crianças no mundo não aprendem o básico, diz Unesco
Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto
“A baixa qualidade da educação significa que milhões de crianças não
estão aprendendo sequer o básico. De 650 milhões de crianças em idade de
frequentar a educação primária, pelo menos 250 milhões não estão
aprendendo o básico de leitura e matemática”, mostra o relatório.
O custo anual de 250 milhões de crianças sem aprender o básico
equivale a US$ 129 bilhões, de acordo com a coordenadora de Educação da
Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero. “O relatório aponta que há uma
crise de aprendizagem muito grande, em que se perde US$ 129 bilhões por
ano, que poderiam estar mais bem investidos na educação”, diz.
Em
relação aos adolescentes, o texto indica que muitos não adquiriram as
habilidades básicas no primeiro nível de ensino secundário. O número de
adolescentes fora da escola apresentou redução de 31% desde 1999. No
entanto, a redução está estagnada desde 2007. “Em países de baixa renda,
apenas 37% dos adolescentes completam o primeiro nível do ensino
secundário e esse número chega a 14% nos países mais pobres”, informa o
texto.
A capacitação dos professores e o investimento em educação estão
entre os caminhos apontados para superar esses problemas. Os professores
ganham atenção no relatório,que trata a capacitação como uma das formas
de aperfeiçoar a qualidade da educação. De acordo com a publicação, os
governos precisam intensificar os esforços para contratar 1,6 milhão de
professores adicionais para conseguir universalizar a educação primária
até 2015.
“É importante que possamos atrair bons candidatos para dar aula,
pessoas que gostem do que fazem, e oferecer formação continuada. Há
necessidade de valorizar melhor os professores e eles devem estar
munidos de ferramentas como um curriculo adequado”, avalia Maria Rebeca
Otero.
Segundo o relatório, seriam necessários esforços significativos de
governo e outros agentes, assim como novas formas de financiamento para
implementar mudanças necessárias na educação. “No estágio atual, os
governos simplesmente não podem se permitir uma redução no investimento
da educação. Tampouco os doadores deveriam deixar de cumprir suas
promessas de financiamento. Isso pede que exploremos novas formas de
financiar necessidades urgentes”, acrescenta.
O relatório monitora os avanços das seis metas do Educação para
Todos, estabelecidas por 164 países na Conferência de Dacar (Senegal),
em 2000. O prazo para o cumprimento das metas é 2015, no entanto, o
relatório conclui que nenhum objetivo será conquistado globalmente nesse
prazo.
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